Exemplo de um caso do dia a dia do consultório:
Homem, 50 anos, assintomático, realizou exames de rotina e detectou alteração nos níveis sanguíneos de PSA (Antígeno Prostático Específico).
Pergunta: Isto é um câncer de próstata ? Como podemos diagnosticar ou melhor, excluir esta possibilidade ?
PSA alterado é sinônimo de câncer?
Inicialmente é necessário informar que PSA alterado não é sinônimo de câncer. Existem outras situações que podem elevar o PSA (ex: hipertrofia benigna, prostatites), mas obviamente o câncer de próstata é uma grande preocupação nos homens com alteração deste exame.
Diagnóstico
Ainda hoje, a biópsia de próstata é um exame mandatório no diagnóstico ou na exclusão do câncer. Consiste na retirada de fragmentos da próstata através de uma agulha. É realizada com auxílio de ultra-som por via transretal e em média, são retirados 12 a 18 fragmentos.
Porém, a biópsia de próstata, por se tratar de um exame invasivo, apresenta riscos como sangramento e infecção. Além disso, a probabilidade de detectar um câncer em biópsias varia de 20 a 60%, o que significa que muitos indivíduos são desnecessariamente submetidos ao procedimento.
Neste contexto, a Ressonância Magnética (RnM) Multiparamétrica da próstata vem sendo cada vez mais utilizada, auxiliando na melhor seleção de pacientes candidatos a biópsia.
Ressonância Magnética (RnM) Multiparamétrica
A RnM tem a capacidade de detectar nódulos intraprostáticos. Estes são então estratificados quanto ao risco de câncer de próstata significativo através de uma classificação chamada PI-RADS. Assim:
- PI-RADS 1: Risco muito baixo
- PI-RADS 2: Risco baixo
- PI-RADS 3: Intermediário
- PI-RADS 4: Risco alto
- PI-RADS 5: Risco muito alto
Portanto, indivíduos com lesões classificadas em PI-RADS 4 e 5 devem ser submetidos a biópsia. Além de auxiliar na melhor seleção de pacientes candidatos a biópsia de próstata, a RnM tem outras aplicações:
- Avaliar a extensão do tumor na próstata em pacientes que serão submetidos a cirurgia ou radioterapia.
- Detectar recidiva local da doença em pacientes submetidos a cirurgia.
- Acompanhamento de pacientes com câncer de baixo risco e que estão em protocolo de vigilância ativa.