A insuficiência da valva mitral é uma das cardiopatias valvares mais frequentes, regularmente necessitando de cirurgia para sua correção. O tratamento clínico da regurgitação mitral não é resolutivo em prevenir a progressão e as consequências da sobrecarga de volume que ocorre na insuficiência mitral. Assim, a plastia mitral é atualmente o tratamento padrão-ouro para essa lesão degenerativa da valva doente.
O que é regurgitação da valva mitral?
A regurgitação da valva mitral é uma das doenças mais comuns entre as que acometem as valvas do coração. Como a população mundial tende a crescer em número e atingir idades mais avançadas, o número de doentes com lesão degenerativa da valva mitral tende a aumentar ainda mais.
Para definirmos se a valva mitral apresenta uma regurgitação patológica, algumas características precisam ser descritas, para então estabelecer o tratamento, como:
- Etiologia (causa);
- Tamanho das cavidades cardíacas;
- Grau de disfunção que já ocorreu ao coração;
- O mecanismo envolvido no processo de evolução da regurgitação também é importante de ser esclarecido.
Com dados como os descritos, podemos então colocar um tratamento apropriado e avaliar a necessidade ou não de cirurgia para otimizá-lo. A cirurgia robótica, então, aparece como uma oportunidade individualizada de terapia para o paciente.
Quais os principais objetivos na cirurgia da valva mitral?
Os dois maiores objetivos da cirurgia da valva mitral é poder realizar um concerto da valva que seja efetivo e seja durável. Muitos pacientes buscam a cirurgia precocemente a fim de evitar a cirurgia cardíaca convencional, com abertura total do osso esterno (do meio do tórax) e sua recuperação pós-operatória prolongada, que pode durar de 6 a 8 semanas.
Estes pacientes são excelentes candidatos a cirurgia robótica minimamente invasiva. As particularidades de cada paciente são importantes na decisão pela cirurgia robótica a fim de incrementar sua durabilidade de segurança.
Como funciona a investigação pré-operatória para operar a valva mitral?
A investigação pré-operatória é essencial para evitarmos complicações perioperatórias. A tomografia computadorizada costuma ser um exame bastante indicado para avaliarmos a possibilidade de realização da cirurgia robótica. A avaliação do sistema circulatório, da caixa torácica, pulmões e anexos permite que planejamos a abordagem cirúrgica que possa causar menor trauma ao paciente.
Como é realizada a cirurgia da valva mitral com o robô?
Com pequenas incisões de até 4cm, o cirurgião consegue realizar, com o robô, as técnicas cirúrgicas de reparo da valva já mundialmente padronizadas. Comparado com as abordagens tradicionais, o auxílio do sistema robótico possui algumas vantagens como:
- Excelente visibilização da valva, seus componentes e aparatos;
- Superior amplitude de movimento dos instrumentos endoscópicos.
Amplos estudos confirmam as altas taxas de sucesso no reparo da valva mitral. Dentre eles:
- Menor risco de infecção da ferida operatória e transfusão sanguínea;
- Menor tempo de internação em UTI hospitalar;
- Retorno mais rápido às atividades de vida diária.
Os centros de excelência assim adotaram a cirurgia robótica como método de escolha para abordagem da doença degenerativa da valva mitral.
O Dr. Alisson Parrilha Toschi é Cirurgião Robótico no Instituto de Cirurgia Robótica, em Joinville (SC). Conheça os tratamentos em Cirurgia Cardiovascular.